Senta que la vem história
Friedrich Widmer, alemão de Berlim, mais conhecido como Sr. Frederico, engenheiro agrônomo e ecólogo, deixou pra trás o velho continente em busca de uma vida alternativa em meio à natureza, onde, encantado pela mata atlântica do sertão de Camburi adquiriu o atual sitio Bacarirá no final da década de 70 com sua companheira, Regina Helena Valentim, produtora cultural.
Na década de 90 construíram e mantiveram o espaço cultural Bacarirá, que funcionava em um galpão, juntando arquitetura industrial e arquitetura orgânica (como exemplo o mezanino de “bambucreto” – uma das muitas invenções do Sr Frederico – com construção típica caiçara – “pau a pique’’)
O espaço cultural executou um importante papel junto à comunidade como difusor de cultura, arte e entretenimento.
Eram oferecidos gratuitamente diversos cursos, como reciclagem e criação de papel artesanal de fibra de bananeira, cursos de culinária, corte e costura, capoeira,entre outros.
Implantou a associação comunitária do Bairro, criou uma rádio comunitária, o primeiro posto de caixa postal comunitária e inseriu a primeira biblioteca do bairro de Camburi.
Diversos eventos artísticos e gastronômicos foram realizadas, como exemplo shows do Grupo Bandou e Gigante Brasil com Beto e Rubens Nardo, Alberto Marsicano e sua citara, diversas exposições de arte e fotografia com artistas como Neneco Martins, Wagner Kuroiwa, Nícia Guerriero, Theo Castilho, peças de teatro com atores como Cacá Carvalho, dentre outras tantas intervenções culturais e sempre abrindo o espaço para artistas locais e alternativos.
Por falta de apoio, o espaço cultural encerrou suas atividades após 12 anos de muito trabalho.
No ano 2000, Regina e Frederico construíram o Albergue da Juventude Camburi na intenção de proporcionar um contato com a Mata Atlântica, oferecendo hospedagem econômica.
O “Camburi Hostel” como ficou conhecido durante seus 10 anos de atividade, foi mantido pelos filhos do casal, Wagner, Sofia, Francisco e Helena.
Wagner, músico e artista plástico, já tendo participado de bienais, guiou as produções musicais e culturais do Espaço Cultural Bacarirá, inclusive criou o primeiro estúdio de gravação independente de Camburi.
Sofia, Gestora ambiental, passou 4 anos na Europa aprimorando a sua experiência em hotelaria.
Francisco, também músico, foi estudar engenharia agrônoma na Faculdade Federal do Maranhão com o intuito de retomar a agricultura orgânica e a produção de banana no sítio. Faleceu precocemente em 2012.
Helena, decoradora e artesã, trabalha com reutilização e reciclagem de materais, criadora do atelier de arte, cultura e decoração, o Miscelânea Arte-Café. Muitas de suas peças são usadas na decoração da Casa Bacarirá.
Após 10 anos funcionando como o Camburi Hostel, em 2015 a Casa Bacarirá renasce com outro conceito de hospedagem. Com a influência da filha mais velha do casal, agora a guest-house é mais voltada às práticas holísticas de autoconhecimento e integração homem-natureza, como o Yoga e o Banho de Floresta. No espaço são realizados programas de alimentação consciente e diversos eventos e retiros voltados à área de bem-estar, saúde e ecologia.
De arquitetura moderna e construtivista, a casa conta com 9 quartos, entre suítes para casais, famílias e quartos compartilhados exclusivos. Com espaços amplos e diversas áreas coletivas, o conceito único de hospedagem integra arte, cultura e sustentabilidade, favorecendo assim a interação entre os hóspedes e a natureza, pois está inserida em uma grande reserva de mata atlântica preservada, com árvores gigantes centenárias, riachos, nascentes e trilhas. Algumas espécies de pássaros podem ser vistas no horário do café da manhã, servido em um ambiente que é uma verdadeira galeria de arte.
A casa preza em ser ecologicamente correta e sustentável, com sistema de coleta seletiva e água aquecida por energia solar além da compostagem de resíduos orgânicos que adubam a produção de bananas usadas no delicioso café da manhã vegano, preparado pela filha mais nova do casal idealizador do Sítio Bacarirá.